terça-feira, 14 de abril de 2009

Smartphone entra no planejamento de mídia das empresas

17 de Março de 2009
por Pedro Bombonatti




Via: Estadão

A varejista online americana Amazon vai vender livros para serem lidos no iPhone. Ao baixar o aplicativo, o dono do aparelho terá acesso a 240 mil títulos. Pode soar exagerado imaginar alguém lendo um romance na minúscula telinha, mas esse é só um exemplo de como as grandes empresas apostam na infinidade de usos dos celulares. O presidente da operadora de telefonia TIM Brasil, o italiano Luca Luciani, decreta que os telefones móveis são extensões das pessoas: “Há 4 bilhões de usuários de celulares no mundo, e ninguém sai de casa sem ele, enquanto temos apenas 1 bilhão de computadores.”

Estimativas do mercado apontam a existência de mais de 10 mil aplicativos para os celulares de última geração, os chamados smartphones, ou celulares inteligentes. No Brasil, os usuários desses celulares somam algo em torno de 3 milhões de pessoas. São consumidores de alto poder aquisitivo, que têm gastos médios mensais de R$ 200. O grande público, entretanto, se concentra nos serviços pré-pagos, com gastos médios mensais de R$ 32.

“O universo dos que têm recursos para melhor aproveitar as ações de marketing, ainda é pequeno, mas não se sabe que tamanho terá daqui a alguns anos, com o barateamento da tecnologia”, diz César S. César, diretor da empresa Hands Mobile Marketing & Advertising, que há 10 anos se dedica a desenvolver sites e serviços adequados às telas dos celulares.

O custo é alto para um usuário baixar um site diretamente da web, porque é demorado e ele paga por isso. A Hands adapta o site diminuindo seu peso e tamanho das telas. Faz isso sob patrocínios de marcas ou para explorar o canal como mídia, por meio de veiculação de banners. Entre seus clientes estão bancos, montadoras e prestadores de serviços.

O avanço desse mercado, com rápido crescimento do setor de publicidade móvel em geral, fez o Interactive Advertising Bureau Brasil (IAB) se juntar à Mobile Marketing Association (MMA) para lançar hoje instruções e normas para a exploração de serviços na categoria por empresas e agências de publicidade.

Para o grande público de donos de aparelhos mais simples, há iniciativas publicitárias que utilizam o celular como escada para uma promoção. Como a adotada pela Kraft Foods Brasil para aumentar as vendas de ovos de Páscoa. O consumidor acha dentro do produto um código, que envia por mensagem de texto para se cadastrar e, com isso, concorre a sorteios de prêmios pela loteria federal. Ação semelhante foi usada no ano passado pelo Grupo M. Dias Branco, do setor de alimentos, também para estimular vendas.

PATROCÍNIO

Os publicitários acham que a melhor perspectiva para esse segmento de mídia móvel está nos aparelhos mais sofisticados, que permitem, entre outras coisas, baixar jogos sob patrocínio. É o caso da ação que vem sendo desenvolvida pela agência BG Interativa para a Honda, feita diretamente para donos de iPhones. “Os usuários gostam de ganhar de presente entretenimento, e isso ajuda na construção do relacionamento com a marca”, explica Luciano Vaz, diretor de interatividade em mídia da agência de publicidade Fischer América.

Lá fora, empresas como a FedEx, de serviços de entregas, ou Nike, de artigos esportivos, exploram o relacionamento com clientes oferecendo aplicativos que podem ser baixados sem custo sob seu patrocínio, ou desenvolvem peças exclusivas como programa para prática de esportes. Tudo pelo iPhone. Em média, os aplicativos baixados no portal da Apple custam US$ 3,5, e os mais procurados são os que oferecem mapas e programação cultural.

Para especialistas, o sucesso dos iPhones nesse segmento se explica pela sua tecnologia, que permite usar as áreas de acesso livre - o que torna fácil e sem custo baixar programas. A maioria dos smartphones não tem essa facilidade. Resultado, o usuário se vê obrigado a pagar às operadoras o período em que usou a linha telefônica.

FRASES

Luca Luciani
Presidente da TIM Brasil

“Há 4 bilhões de usuários de celular no mundo, e ninguém
sai de casa sem ele, enquanto temos apenas 1 bilhão
de computadores”

Luciano Vaz
Diretor de interatividade da Fischer América

“Os usuários gostam de ganhar de presente entretenimento, e isso ajuda na construção do relacionamento com a marca”

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