quarta-feira, 22 de abril de 2009

Sistema permitirá cobrar assinatura de jornais online

Richard Perez-Pena

Três veteranos executivos de mídia estão criando um sistema automatizado que permitirá que jornais e revistas cobrem pelo seu conteúdo online, e que incluiria um recurso de assinatura múltipla dando acesso a diversas publicações, informaram os executivos nessa semana.

A empresa deles, Journalism Online, planeja oferecer aos grupos noticiosos ferramentas para implementar a cobrança por acesso ao seu conteúdo na internet, uma idéia que ganhou força à medida que a receita publicitária despenca, mas cujas perspectivas de sucesso parecem dúbias a muitos analistas do setor. A empresa, que informa que pode ter um produto pronto antes do final do ano, diz que a vantagem seria que cada publicação não teria de desenvolver sistema próprio, e os leitores poderiam empregar um mesmo sistema para obter acesso a diversas publicações.

O plano deles não atrairia grande atenção não fosse a estatura dos envolvidos. Os fundadores e investidores são Steven Brill, criador do canal televisivo Court TV e da revista American Lawyer, entre outros empreendimentos; L. Gordon Crovitz, antigo editor geral do Wall Street Journal, um dos poucos jornais a cobrar pelo acesso ao seu conteúdo online; e Leo Hindery Jr., que já comandou empresas de comunicação como a Tele-Communications, Global Crossing e YES Network, e hoje dirige a InterMedia Partners, um grupo de capital privado que se especializa em mídia.

O sistema ainda não conta com clientes definidos, mas diversas grandes empresas de jornais e revistas estão negociando ativamente com a Journalism Online quanto à forma que o sistema proposto tomaria.

De acordo com os planos do grupo, um leitor não pagante no site de uma revista ou jornal atingiria determinado ponto no qual surgiria uma tela solicitando pagamento pelo acesso - o sistema da Journalism Online operando de maneira integrada ao site da publicação. Já um usuário que deseja assinatura para múltiplos sites poderia recorrer diretamente ao site da nova empresa.

"A coisa mais importante é sua facilidade de uso", disse Brill em entrevista. "Boa parte dos obstáculos à cobrança por acesso a conteúdo online está na fricção gerada pela transação, e não no custo em si. Com o nosso sistema, haveria uma senha única e o cliente precisaria fornecer seu número de cartão de crédito apenas uma vez".

Ele diz que, para uma assinatura ilimitada, "nosso plano seria cobrar cerca de US$ 15 ao mês".

Montar um sistema de pagamento e cobrança online "é complexo e custoso", disse Crovitz, que tem experiência quanto a isso. Segundo ele, as empresas de notícias precisariam proceder por tentativa e erro a de decidir que material deveria ter acesso pago, "e nós recolheremos dados sobre as melhores práticas a fim de ajudá-los a tomar essas decisões".

Cada empresa poderia impor suas normas, por exemplo determinar que itens teriam acesso pago e que itens seriam gratuitos, bem como determinar preços próprios e decidir se cobraria por artigo ou em forma de assinatura diária, semanal ou mensal.

"Ninguém sabe que abordagem vai funcionar", disse Brill, "e por isso estamos oferecendo todas elas".

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

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